domingo, 9 de dezembro de 2012

Consulta pública de espécies da fauna brasileira criadas e comercializadas com a finalidade de estimação


Segue uma notícia que tomará de frutos, o IBAMA está com uma consulta publica sobre quais animais silvestre deveriam ser domesticados com a finalidade de se tornarem de estimação. Vamos todos cadastrar as espécies que conhecemos, e torcer para que dê certo. Segue abaixo texto extraído do site do IBAMA, lembrando que tem que justificar a espécia solicitada com bibliografia, no final da postagem colocarei alguns exemplos. 
"Brasília (30/11/2012)- A existência de criadouros autorizados pelo poder público para comercialização de animais silvestres está prevista pela legislação brasileira há mais de quarenta anos (Lei 5197, de 03 de janeiro de 1967). Portanto, atualmente já existem empreendimentos devidamente autorizados pelo a criar e comercializar animais nascidos em cativeiro, seja para uso como animal de estimação, seja para comercialização de carne e pele, ou outras finalidades. Não havia, entretanto, legislação específica que definisse quais espécies poderiam ser comercializadas como animais de estimação. A Resolução Conama 394, de 6 de dezembro de 2007, incumbiu o Ibama de estabelecer quais espécies da fauna nativa brasileira poderão ser reproduzidas em criadouros para serem comercializadas com a finalidade de servirem especificamente como animais de estimação.
Como parte dos trabalhos de elaboração da lista de espécies, o Ibama fará consulta pública para conhecer a opinião da população brasileira sobre o tema e para obter possíveis subsídios adicionais para a tomada de decisão. A consulta pública será realizada via formulário eletrônico entre 6h do dia 3 dezembro de 2012 e 23h59 do dia 17 de dezembro de 2012, no endereço: http://www.ibama.gov.br/consulta_publica/listapet.
Manifestações enviadas por documentos impressos ou correio eletrônico (e-mail) não serão analisadas. Ao término desse prazo, o Ibama fará a análise de todas as contribuições, objetivando a publicação da citada relação de espécies.
O interessado deve indicar quais espécies devem constar na lista para criação e venda como animais de estimação e quais espécies não devem constar nesta lista. Não é necessário opinar sobre todas as espécies e nem referir-se a todos os critérios da Resolução Conama. Somente serão consideradas as contribuições que forem embasadas tecnicamente de acordo com os critérios estabelecidos no art. 4º da Resolução Conama 394/2007. Se possível, indique as referências bibliográficas utilizadas para embasar a justificativa.
A consulta refere-se apenas a espécies da fauna brasileira com aptidão para serem criadas como animais de estimação. Logo, não serão consideradas sugestões de criação para outros fins, como abate, uso em pesquisa científica ou para fins de conservação. Também excluem-se desta consulta invertebrados e peixes, bem como todas as espécies exóticas (espécies não pertencentes à fauna brasileira). Não serão aceitas contribuições direcionadas somente ao gênero, sem definir a espécie (ex: Aratinga spp.)
Ressalta-se que a presença de uma espécie na lista final a ser publicada não representa autorização para que seja capturada na natureza ou para que seja legalizada a posse de animais dessa espécie que não tenham origem em criadouros autorizados.
Por fim, esclarece-se que esta lista será revisada periodicamente, conforme artigo 3º da Resolução Conama 394/2007.
O aviso foi publicado hoje (30/11) no Diário Oficial da União, página 205 seção3.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama."
Bibliografias que podem ser citadas:
AIDAR, Davi Said (1996). A Mandaçaia: Biologia de abelhas, manejo e multiplicação artificial de colônias de Melipona quadrifasciata Lep. (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Bras. Journ. Genet., Série Monografias 4, 103p. Editora FUNPEC
16-620.1251 ou 621.8540. Cel. Davi 92-9603.3910. 92-6474042 e Fax. 92-6474043. Ribeirão Preto. 1996. 104 páginas. Séries Monografias, nº 4. Pedidos para: Sociedade Brasileira de Genética, Fone: (016) 620.1253
Romildo de Godói. Criação Racional de Abelhas Jataí. Coleção Brasil Agrícola Ícone Editora. São Paulo, SP. 1989. Livraria Livro 7 - Fone: (081) 231-5213. 83 páginas.
Fabichak, Irineu. Abelhas Indígenas sem Ferrão Jataí. Editora Nobel. 53 p. (Livraria Cultura) http://www.livcultura.com.br/scripts/cultura/index.idc e-mail: livros@livcultura.com.br
Kerr,W.E. Carvalho,G.A. e Nascimento, V. a; 1996 Coleção e Manejo da Vida Silvestre - Abelha Uruçu, Biologia, Manejo e Conservação ¬Fundação Acangaú - B.H.- MG OXX31- 3 332 7596 Cx. Postal 123-386¬000- Paracatu-MG Fundação Acangaú - B.H.- MG OXX31- 3 332 7596 Cx. Postal 123-386-000- Paracatu-MG
Oliveira, Fernando, Kerr, Warwick E. 2000-INPA- Manaus AM. Divisão de Uma Colônia de Jupará (Melipona compressipes manaosensis) usan¬do-se o método de Fernando Oliveira
TUBUNA - Fleischer Scheveleva, Igor. Los Maravillosos Tapezuá - Abejas Sin Aguijon. Asunción - Paraguay
ISBN: 978-99925-3-571-4
http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/85/lancamento.htm
http://www.libreroonline.com/paraguay/libros/167/fleischer-scheveleva-igor/los-maravillosos-tapezua-abejas-sin-aguijon.html
Nogueira Neto, PAULO-1997, São Paulo Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão Editora -Nogueirapis (sucessora da Tecnapis) Rua Pedroso Alvarenga, 1245-5Q andar São Paulo S.P fax 55- 280

sábado, 8 de dezembro de 2012

Um novo parasita de colônias de Meliponini é descoberto em Mossoró (RN)


Quem é Camila Maia Silva?
Camila Maia Silva em 2004, concluiu graduação em Ciências Biológicas, pelo Centro Acadêmico Barão de Mauá, Ribeirão Preto/SP. Em 2009, concluiu mestrado em Ciências com ênfase em Entomologia pela Universidade de São Paulo, FFCLRP. Durante esse período desenvolveu projeto sobre comportamento de forrageamento de abelhas Africanizadas Apis mellifera, intitulado: “Influência do tamanho do alvéolo de cria no peso ao nascer e no comportamento de forrageamento das operárias de abelhas Apis mellifera L” sob a orientação do Prof. Dr. David De Jong.
Em março de 2008 e de 2009, realizou estágio em Buenos Aires, Argentina, no laboratório do Grupo de Estudio de Insectos Sociales, Facultad de Ciencias Exactas y Naturales, Universidad de Buenos Aires, liderado pelo Prof. Dr. Walter Marcelo Farina, no projeto desenvolvido pelo Prof. Dr. Michael Hrncir. Ness eprojeto intitulado “Influência do fluxo alimentar nos sinais de recrutamento (dança e vibrações torácicas) em Apis mellifera” foram analisados os “sons” produzidos durante a “linguagem de dança” das abelhas Apis mellifera, o qual deu origem à publicação: HRNCIR, M.; MAIA-SILVA, C.; MC CABE, S.I.; FARINA, W.M. The recruiter’s excitement – features of thoracic vibrations during the honey bee’s waggle dance related to food source profitability. Journal of Experimental Biology, v. 214, p. 4055-4064, 2011.
Atualmente é doutoranda na Pós-graduação em Entomologia da Universidade de São Paulo, FFCLRP, sob a orientação da Profa. Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca e desenvolve o projeto intitulado “O impacto das mudanças ambientais sazonais na estrutura e no comportamento de colônias de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini)”. Objetivo dessa pesquisa é identificar possíveis variações estruturais (número de potes de alimento e na quantidade de células de cria) e comportamentais (forrageamento) que ocorrem em colônias de abelhas sem ferrão (Melipona subnitida) ao longo do ano. Esse estudo visa investigar quais variáveis climáticas e/ou ecológicas provocam tais alterações estruturais e comportamentais nas colônias dessa espécie.
Durante o desenvolvimento desse projeto foi publicado o livro: MAIA-SILVA, C.; SILVA, C. I.; HRNCIR, M.; QUEIROZ, R. T.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Guia de plantas visitadas por abelhas na Caatinga. Fortaleza-CE: Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012. 191p. http://wp.me/p2UiKJ-D
Entre os meses de agosto e setembro de 2012, realizou estágio na Universidade de Ulm, Alemanha, Institute of Experimental Ecology, em parceria com o Prof. Dr. Stefan Jarau. Durante esse período desenvolveu atividades relacionadas à Ecologia química, através de análises dos hidrocarbonetos cuticulares do parasita Plega hagenella (Neuroptera, Mantispidae) e de seu hospedeiro Melipona subnitida (Apidae, Meliponini). Durante esse projeto realizamos as seguintes publicações:
MAIA-SILVA, C.; HRNCIR, M.; KOEDAM, D.; MACHADO, R.J.P.; IMPERATRIZ-FONSECA, V.L. Escaping with the garbage-removal: adaptive parasite strategy of mantisflies (Plega hagenella) during mass-infestations of eusocial bee colonies (Melipona subnitida) (in press Naturwissenschaften).
MAIA-SILVA C, HRNCIR M, KOEDAM D, MACHADO RJP, IMPERATRIZ-FONSECA VL. First record of mantisflies (Plega hagenella) parasitizing eusocial bee colonies (Melipona subnitida).5th European Conference of Apidology Halle an der Saale, Alemanha, 2012.
CAMILA MAIA-SILVA, DIRK KOEDAM, MICHAEL HRNCIR, VERA LUCIA IMPERATRIZ-FONSECA. Um novo parasita de colônias de Meliponini é descoberto em Mossoró (RN) (nota de divulgação científica submetida à revista Mensagem Doce).
Como foi a pesquisa?
Ao fazerem uma vistoria em uma colônia de Melipona subnitida, jandaíra, Camila e Vera notaram a presença de algumas células de cria com aspecto diferente, com a parte de cerume raspada pelas operárias e um casulo forte e esbranquiçado aparente. (fig.1). 
Figura1: Células de cria de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini) parasitada por Plega hagenella (Neuroptera, Mantispidae). As células de cria parasitadas possuem coloração branca. A cera que envolve o casulo do parasita é retirada pelas abelhas (Fotos: 1, 2 Michael Hrncir e 3 Dirk Koedam).

Abrimos com dificuldade uma destas células de cria, pois o casulo é muito resistente. O que surgiu foi um inseto muito diferente das abelhas, com uma cabeça pequena e mandíbula forte, que nunca tínhamos visto em uma colônia de abelhas sem ferrão. Até o momento não há na literatura especializada nenhum registro de outros insetos nascendo das células de cria de abelhas sem ferrão, no lugar das abelhas.
Outras colônias também apresentavam células de cria com a mesma aparência. Delas, ao anoitecer, emergia um inseto ativo, mas ainda sem asas (fig.2). Pernas anteriores raptoriais, parecendo com um louva-deus. Saíam da colmeia e só então sofriam a última muda (fig.3). Era um inseto da Ordem Neuroptera; esses insetos dificilmente são encontrados na natureza e em coleções biológicas de museus. Na literatura não havia nenhuma referência à invasão de ninhos e parasitismo de cria em abelhas sem ferrão. Algumas espécies de Neuroptera são mais conhecidas e estudas, pois são predadores de aranhas, alimentando-se de seus ovos e cria jovem.

Figura 2: Farato de Plega hagenella (Neuroptera, Mantispidae) realizando a última muda e transformando-se em adulto completo. As barras indicam 2 mm (Fotos: Michael Hrncir).
Figura 3: Adulto de Plega hagenella (Neuroptera, Mantispidae) após realizar a última muda (Fotos: Dirk Koedam).

Procuramos os especialistas no grupo e o parasita foi identificado por Renato J. P. Machado. O parasita era Plega hagenella uma espécie com distribuição desde a América Central até o sudeste do Brasil, mas com poucos exemplares em coleções brasileiras e nenhum registro no nordeste brasileiro.
Durante os meses de abril e maio de 2012, ao examinarmos as colônias de duas localidades, na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, em Mossoró/RN, onde fica o meliponário da UFERSA, e na Fazenda Belém, em Icapuí/CE, distantes entre si cerca de 35 km, verificamos que 48% das colônias investigadas (total de 64 colônias investigadas) foram infestadas pelo parasita.
Ao contrário de outros insetos que parasitam colônias de Meliponini e geralmente se alimentam de pólen, néctar ou crias mortas, as larvas de Plega hagenella desenvolvem-se dentro das células de crias e se alimentam de larvas ou de pupas das abelhas. Antes da fase de pupa a larva do parasita come completamente a abelha imatura (fig.4). Consequentemente, a infestação reduz a produção de novas operárias, provocando um declínio nas populações das colônias.

Figura 4: Larva de Plega hagenella (Neuroptera, Mantispidae), acima, alimentando-se de uma larva de abelha Melipona subnitida (Apidae, Meliponini) (Foto: Dirk Koedam).

Ainda não sabemos se as fêmeas adultas de P. hagenella invadem as colônias de abelhas para colocar seus ovos dentro das células de cria operculadas. No entanto, outra possibilidade seria que as fêmeas deixam seus ovos nas flores e as larvas de primeiro instar, as quais são pequenas e móveis, sejam levadas pelas abelhas forrageiras para dentro das colônias. Ou ainda, os ovos poderiam ser deixados em locais próximos às colônias e as larvas de primeiro instar entrariam, através de fendas, nas colônias.
Existem poucos estudos sobre a biologia desses insetos de grande importância para a Meliponicultura. Solicitamos aos meliponicultores que encontrarem células de cria com este aspecto, ou o parasita no ninho ou nas proximidades, que se comuniquem conosco; o parasita pode ser mantido em álcool ou no próprio casulo, em um tubo bem fechado, e enviado para a coleção do Departamento de Ciências Animais da UFERSA, a/c de Michael Hrncir, no endereço mencionado neste trabalho.
Os vídeos


Agradecimentos
Os autores agradecem ao CETAPIS - Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do RN pelas facilidades oferecidas para os estudos com abelhas na Fazenda Rafael Fernandes, e ao projeto De Olho na Água (Programa Petrobras Ambiental) por possibilitar estudos de abelhas jandaíra na Fazenda Belém/CE. A CAPES (CMS: bolsa de doutorado; VLIF: bolsa prof. visitante) e ao CNPq (DK: bolsa DCR; MH: 304722/2010-3) pelo apoio financeiro.
Referências
Hook AW Oswald JD, Neff JL (2010) Plega hagenella (Neuroptera: Mantispidae) parasitism of Hylaeus (Hylaeopsis) sp. (Hymenoptera: Colletidae) reusing nests of Trypoxylon manni (Hymenoptera: Crabronidae) in Trinidad. J Hymenopt Res 19: 77-83
Maia-Silva C, Hrncir M, Koedam D, Machado RJP, Imperatriz-Fonseca VL (in prep.) Escaping with the garbage-removal: adaptive parasite strategy of mantisflies (Plega hagenella) during mass-infestations of eusocial bee colonies (Melipona subnitida).
Nogueira-Neto P (1997) Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão, Editora Nogueirapis, São Paulo
Penny ND (1982) Neuroptera of the Amazon Basin. Part 6. Mantispidae. Acta Amazon 12: 415-463



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

INSECTA


Olá amigos meliponicultures,
Gostaria de compartilhar com vocês a página que encontrei recentemente, trata de um grupo da Universidade Federal do Recôncavo Bahiano, este grupo, INSECTA, disponibiliza materiais gratuitamente de excelente qualidade.
"O Núcleo de Estudo dos Insetos - INSECTA atua em atividades de ensino, formação de recursos humanos, pesquisa e extensão em Entomologia, e é composto por pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em parceria com outras Instituições de Ensino e Pesquisa.
O principal objetivo do Núcleo INSECTA é gerar informações sobre a fauna entomológica, fornecendo subsídios para o conhecimento da diversidade  dos insetos em ecossistemas agrícolas e naturais, manejo e conservação de espécies, além do controle populacional de insetos em áreas agrícolas." (Fonte: http://www.insecta.ufrb.edu.br/).
Material que é possivel encontrar no site, entre outros:




Espero que vocês gostem do material.



sábado, 25 de agosto de 2012

3º Seminário de Meliponicultura em Franca

Para ajudar na divulgação de mais essa edição do Seminário de Meliponicultura em Franca idealizado e organizado pelo amigo Marco Pignatari, ainda não tive a oportunidade de prestigiar o evento, mas, conhecendo o amigo Marco, o evento deve ser de primeira.

Para maiores informações: Site do Evento


Boletim de Pesquisa: Forídeos


Estou compartilhando este boletim de pesquisa de um dos maiores inimigos das nossas queridas abelhas, os forídeos.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

IMPORTANTISSIMO: Um momento muito importante para a meliponicultura de São Paulo que poderá abrir procedentes para outros estados.


Amigos meliponicultores, fiquei muito feliz com a notícia de que o IBAMA juntamente com o ministério da agricultura estariam dispostos a se apresentar junto aos meliponicultores, para auxilio/orientação de como proceder a regularização da atividade, pelo menos é isso que espero.
Portanto acredito que todos que puderem ir, que apareçam, para mostrarmos o quão numerosos somos e que  estamos desejosos na regularização desta pratica tão importante para o meio ambiente como um todo.
Segue abaixo o convite feito a todos pela APACAME.

APACAME 30 ANOS.JPG
PALESTRA: A MELIPONICULTURA SOB A ÓTICA DO IBAMA E DA SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Dia:  05 de setembro de 2012.
Horário:  20:00 horas
Local: Salão Nobre do Parque do Água Branca – Av. Francisco Matarazzo, 455, Bairro da Água Branca. São Paulo – SP – (11)  3864-9284
Estacionamento: Portão no final da Rua Dona Pimentel
Prezados Apicultores e Meliponicultores:
Como é do conhecimento de todos a APACAME realiza todas as primeiras quartas-feiras de cada mês a sua REUNIÃO PLENÁRIA.
Numa iniciativa do Departamento de Abelhas Indígenas da APACAME, convidamos os Técnicos do IBAMA/SP e da SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE para proferirem Palestra, conforme mencionado acima.
Nessa Palestra serão abordados todos os trâmites legais para o Cadastro dos Meliponários ante a Resolução CONAMA – 346 / 2004 e da Lei Complementar 140 de 08 / 12 / 2011.
Esta será a oportunidade dos Meliponicultores tirarem as suas dúvidas e dar sugestões para a manutenção dos Meliponários de modo legal evitando-se a aplicação de sanções aos menos avisados.
O IBAMA/SP está solicitando a presença dos Presidentes das Associações de Apicultores e Meliponicultores na referida reunião para que funcionem com Agentes Multiplicadores das informações que serão ministradas.
A sua presença nesta reunião será de suma importância!!!
Estamos te aguardando
A Diretoria.
Ficarei ansioso aguardando a presença de todos a este evento!!!!

sábado, 24 de março de 2012

Técnica produz abelhas rainhas da espécie jataí in vitro


Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, um estudo inédito sobre o comportamento das abelhas Tetragonisca angustula propiciou a reprodução in vitro da espécie a fim de multiplicar suas colônias.

Pesquisador observou condições naturais das colônias para reproduzí-las em laboratório.


Como explica o biólogo Mauro Prato, grande parte dos alimentos do tipo hortifruti que o homem consome vem de plantas polinizadas por abelhas. Assim, a manipulação das colônias pode ter grande influência para a produção de alimentos.

A pesquisa Ocorrência natural de sexuados, produção in vitro de rainhas e multiplicação de colônias em Tetragonisca angustula (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) foi dividida em três etapas: o monitoramento do que acontece dentro da colônia (para entender a reprodução natural das abelhas rainhas e com que frequência elas e os machos são produzidos); a produção in vitro das rainhas (possível por causa dessa observação prévia) e a multiplicação da colônia. A espécie utilizada, conhecida como jataí, é nativa do Brasil e não possui ferrão. Prato enfatiza que o estudo também pode servir para a maioria das outras abelhas do tipo. O orientador da pesquisa foi o professor Ademílson Espencer Egea Soares.

Observando a Tetragonisca angustula em condições naturais, o biólogo constatou que o que determina qual larva vai virar uma abelha rainha ou uma operária é a quantidade de alimento oferecido a ela. Algumas das células presentes nos favos são maiores do que as outras, e se uma célula é maior, vai receber mais alimento. Desta célula, emerge uma rainha. Nesta observação do processo natural, Prato coletou o alimento produzido pela própria colônia que seria utilizado para a produção da rainha, além de larvas em seu período inicial de desenvolvimento. Em laboratório, reproduziu artificialmente as células reais, com tamanho exatamente igual às encontradas na natureza, e ofereceu a elas o alimento retirado da natureza (55 microlitro de alimento para cada célula, também um número exatamente igual ao observado). Este processo, que ocorre dentro de uma estufa, é a produção in vitro de rainhas. “Fizemos em laboratório o que as operárias fazem dentro da colônia”, conta. Este processo aumenta o número de rainhas, que, na natureza é considerado baixo. “Mas não é que seja realmente baixo, é o suficiente para as abelhas se multiplicarem. Porém, para o produtor, em grande escala, esse número não é o suficiente, o que mostra a utilidade deste processo”, acrescenta o biólogo.

Produção in vitro de rainhas: larvas em desenvolvimento

Produção in vitro de rainhas: larvas em desenvolvimento.

Depois do nascimento das rainhas, é feita a multiplicação das colônias. O processo se dá por meio da retirada de material (como favos de cria, abelhas operárias jovens e alimentos) de um dos ninhos de um meliponário (o local aonde se criam as colônias). Foram formadas várias minicolônias e em cada uma introduziu-se uma rainha produzida em laboratório para ser fecundada por um macho. Por causa disso, o pesquisador também fez uma observação prévia da produção de machos para poder sincronizar a sua produção com a fecundação das abelhas. As minicolônias eram levadas para um ambiente externo para a fecundação com os machos e, ao fim desta etapa, o processo estava completo e a nova colônia estava formada.

Na foto, uma colônia grande e natural ao lado de duas mini colônias.
Dificuldades
O processo descrito é um dos primeiros do tipo feito no País, e encontrou algumas dificuldades no começo de sua operação. Etapas como a transferência das larvas do ambiente natural para laboratório apresentaram obstáculos devido à grande mortalidade dessas larvas, que acabavam sendo feridas pelo estilete que conduzia o processo. Na outra transferência, que leva as minicolônias já prontas para o ambiente aberto, também houve muitas baixas. Fora isso, muitas das rainhas que saíram para o vôo nupcial (para serem fecundadas) não retornaram.
Houve também rejeição por parte das operárias em algumas rainhas. Pelo fato destas terem sido produzidas em laboratório, elas não possuíam o cheiro da colônia, o que fazia com que as operárias não as tratassem como rainhas, chegando a matá-las. Para contornar este processo, o pesquisador passou a manter a rainha presa dentro da colônia antes de liberá-la, para que pudesse se proteger das operárias e pegar o cheiro do ambiente.
Custo
A ferramenta desenvolvida pelo pesquisador é voltada ao produtor, que pode passar a oferecer muitas colônias para o serviço de polinização de algum cultivo. “A ocorrência de abelhas aumenta a qualidade e a eficiência da polinização, pode render frutos maiores, etc”. O que poderia ser um problema é o custo da técnica, já que ela é experimental. Mas, segundo Prato, isso não é um motivo para preocupação. O pesquisador conta que a técnica em si é muito barata e não exige equipamentos sofisticados (o equipamento mais sofisticado utilizado foi a estufa, para manter as larvas em desenvolvimento), o que a torna acessível inclusive para o pequeno produtor.

O trabalho do biólogo recebeu o prêmio Prêmio Dow-USP de Inovação em Sustentabilidade, porque tem sua técnica apoiada nos quatro pilares da sustentabilidade: ecologia, já que os ninhos podem ser conseguidos na natureza sem causar impacto negativo na população selvagem e sem gerar resíduo poluente; sustentabilidade econômica, pela capacidade de gerar renda e independência econômica ao produtor; sustentabilidade social, pois pode ser praticada por grupos, como as cooperativas; e a sustentabilidade cultural, pois as abelhas são nativas, elas “são uma criação que faz parte da história das populações nativas da América do Sul e Central”, completa.


Mais informações: email mauro_prato@yahoo.com.br , com Mauro Prato.
Data Postagem Original: 22/03/2012