domingo, 27 de novembro de 2011

Minhas Uruçus Amarelas coletando barro e resina



Para quem gosta de ASF, qualquer momento é muito significativo, por isso, estou compartilhando essas imagens e vídeo de minhas uruçus amarelas que comprei do amigo Luiz Fernando (São José dos Campos), que comercializa enxames de qualidade, e que após a rega das plantas decidiram coletar a terra úmida pelo dreno do vaso.





Emater vai organizar agricultores na criação de abelhas sem ferrão


O V Seminário Paranaense de Meliponicultura, realizado em Curitiba nesta sexta-feira (25), contou com a participação de cerca de 250 pessoas, entre produtores rurais, estudantes e técnicos, que lotaram o auditório do Instituto Emater em Curitiba.
A Meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão e essa adesão mostra que os produtores estão acreditando nas potencialidades da atividade para exploração de desenvolvimento sustentável na propriedade, disse o presidente da Associação Paranaense de Apicultores, Sebastião Ramos Gonzaga.
O presidente da Emater-PR, Rubens Niederheitmann, que abriu o evento, disse que a empresa, vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, vai dar mais atenção à meliponicultura, com o deslocamento de extensionistas para auxiliar na organização dos produtores. “O governo do Estado já autorizou a realização de concurso público para os quadros da Emater, e a difusão de tecnologia através da assistência técnica é fundamental para o fortalecimento dessa cadeia produtiva”, afirmou.
Segundo Niederheitmann, o Estado será um facilitador para estruturar essa cadeia produtiva, que depende de organização dos produtores e de troca de experiências como está ocorrendo com esse seminário promovido anualmente pela Secretaria e pela Emater.
Além de produtores do estado do Paraná, estavam presentes produtores dos estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O presidente da Confederação Brasileira de Apicultura, José Gumercindo da Cunha, também participou do evento. Todos estavam interessados nos debates e palestras para aperfeiçoar os conhecimentos sobre a meliponicultura.
Durante o seminário, o biólogo, professor e estudioso da meliponicultura, Harold Brand, de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, estava expondo os vários tipos de própolis extraídos das abelhas nativas sem ferrão como a Jataí e Mandaçaia e do gênero Apis. Segundo ele, existem 13 tipos diferentes de própolis no País, sendo cinco deles extraídos exclusivamente no Paraná
“Em toda a Europa, existem somente três tipos de Própolis”, comparou, atribuindo esse privilégio à diversidade de plantas e ecossistemas no País. De cinco tipos de própolis extraídos das abelhas do gênero Apis, dois deles de coloração verde e vermelha não fica por aqui. Toda a produção, que é bastante limitada é exportada para o Japão.
É exatamente esse potencial que está atraindo mais produtores para a atividade, embora poucos tenham consciência da utilidade das abelhas sem ferrão como agentes polinizadores das florestas e cultivos agrícolas.
De acordo com o especialista Helio Cunha, do Ministério do Meio Ambiente, a prática da meliponicultura tem relação direta com uma produção agrícola de melhor qualidade, com mais sementes e frutos que levam à segurança alimentar. Isso porque as abelhas sem ferrão fazem o papel de polinizadoras na produção agrícola, conectando diretamente os ecossistemas silvestres com os de produção agrícola, afirmou.
Segundo Cunha, cerca de 80% das espécies de plantas e flores são polinizadas por animais, especialmente os insetos, numa referência à potencialidade da meliponicultura para impulsionar a produção agrícola. “O que falta é mais conhecimento e conscientização. O nosso desafio é garantir políticas públicas adequadas para garantir essa polinização”, disse.
Cunha observou que a falta de capacitação e de disseminação do conhecimento leva a políticas inadequadas. “É importante para o agricultor manter áreas de vegetação natural para manter o processo de polinização que alavanca a produtividade e garante o desenvolvimento sustentável”, disse.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Teoria da formação do istmo através da descoberta da melípona insularis



Fotomontagem com abelha da espécie Melipona insularis; descoberta desta espécie de abelhas confirmou as novas teorias científicas que afirmam que o istmo surgiu e se juntou à América do Norte e do Sul há cerca de 22 milhões de anos, muito antes do que se pensava.
O istmo é uma junção de duas grandes extensões de terras cercadas por água de dois lados.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

5º Seminário Paranaense de Meliponicultura - 25 de novembro de 2011


5° Seminário Paranaense de Meliponicultura
“ Salvemos as abelhas nativas do Brasil ”
Apresentação:
A meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão (“elas não ferroam, o ferrão é atrofiado”), também denominadas abelhas indígenas (“manejadas por povos indígenas”) ou nativas (“originárias do Brasil”). As abelhas que apresentam hábitos sociais são classificadas dentro da subfamília Apinae com várias tribos. As que possuem hábitos sociais mais avançados pertencem a duas tribos distintas: Apini, que agrupa as abelhas do gênero Apis e Meliponini, que agrega as abelhas sem ferrão ou meliponíneos. A tribo meliponini é dividida em duas subtribos: Meliponina, que apresenta apenas um único gênero (Melípona) e Trigonini, que é constituída por vários gêneros.
Em 2007 e 2008, aconteceram o 1º e 2º Seminários Paranaense de Meliponicultura, em Curitiba (SEAB e Instituto Emater), sendo que o 3º foi realizado em Mandirituba (P.M de Mandirituba) e o 4º, em Matinhos (UFPR litoral). Nesse panorama e campo de desafios é que realiza-se o 5º Seminário Paranaense de Meliponicultura, em Curitiba, num esforço que dá continuidade a um ciclo de realização de um evento estadual sobre o tema, que visa contribuir para o desenvolvimento da meliponicultura e a conservação das abelhas nativas sem ferrão.
Objetivos do Seminário:
- Promover a aglutinação de meliponicultores, técnicos, pesquisadores e interessados na meliponicultura; - divulgar a importância das abelhas nativas e sensibilizar a sociedade a promover iniciativas, visando a sua preservação e conservação; - possibilitar o intercâmbio e a difusão de tecnologias e conhecimentos relacionados à meliponicultura; - contribuir para o estabelecimento de políticas públicas, voltadas ao desenvolvimento sustentável da meliponicultura; - possibilitar a capacitação e aumento da conscientização das comunidades rurais e urbanas, acerca da importância das abelhas sem ferrão como agentes polinizadores das florestas e cultivos agrícolas; - promover a popularização dos conhecimentos científicos para produtores rurais e comunidade em geral; - eleger a sede do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura e debater sobre ações a serem desenvolvidas na Câmara Técnica de meliponicultura SEAB/CEDRAF.
Público Alvo:
O evento é aberto à participação de todos os interessados na meliponicultura: estudantes da mais várias áreas do conhecimento, técnicos e pesquisadores do setor público e privado, profissionais em geral, agricultores, ambientalistas, ecologistas e amantes da natureza. 

No link abaixo folder com programação do evento:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vídeo Meliponicultura Maia


Este vídeo foi feito pelo Dr. Steve Buchmann irá apresentá-lo a Meliponicultura Mexicana, a arte de manter abelhas sem ferrão do gênero Melipona. Infelizmente, essa antiga prática está diminuindo nas aldeias maias, mas ainda podem ser encontrados em regiões remotas da península de Yucatan. Este vídeo foi indicado pela Drª Vera Lucia imperatriz Fonseca através do ABENA (Yahoo Grupos).
Curtam essa bela produção!!!  


Informações complementares: 
O pesquisador e colaborador João Pedro Cappas e Sousa que esta sempre dando suporte e dividindo seu conhecimento com os membros do grupo ABENA fez alguns comentários que acredito agregar valor a essa produção, conforme vocês poderam acompanhar abaixo:

Cappas: As ruínas apresentadas no vídeo fazem parte da cidade de  Tulum.  A figura sobre a porta é o Deus Abelha  Ah Mucen Cab.




Cappas: As colmeias utilizadas por eles são conhecidas como Jobones e se reparar bem, as colmeias, tem tampões que podem ser de madeira ou de pedra. Além disso, nesse tipo de colmeia os disco não ficam sobre o fundo das colmeias, mas, em cima de uma cruz.



Cappas: O senhor que estava retirando o mel  é na verdade um Xamam, um sacerdote do lugar, pode-se ver o respeito  como que ele trata as abelhas.


Para encerrar, Cappas, termina fazendo um observação em relação a coexistência do meliponário tradicional com o racional. 


Espero que o post seja esclarecedor, qualquer sugestão fico no aguardo. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alagoas: Abelhas sem ferrão geram renda e preservam planta nativa


1 litro de mel das melipônias, custa até R$ 150,00, enquanto de uma africanizada custa menos de R$ 100,00
Meliponicultura é um termo que serve para designar a criação de abelhas sem ferrão. Segundo os criadores, o Brasil possui 300 das 400 espécies desse tipo de abelha que existem no mundo. E como não possuem ferrão nem toxina, também têm fama de dóceis.
Outro diferencial para essas abelhas é que elas só fazem a polinização de plantas nativas da região de Mata Atlântica, sendo responsáveis por 60% a 70% da polinização das flores de plantas nativas e não visitam plantas que foram introduzidas no país, como a acerola.
Entre as plantas nativas que a abelha Uruçu visita para fazer a polinização, estão murici, araçá, goiaba, jaboticaba, jambo, pitanga e aroeira. Como elas só polinizam as plantas nativas, o mel que elas produzem tem um sabor diferenciado e é bastante valorizado.
Ainda assim, apesar da valorização do mercado e dos preços satisfatórios para o produtor, a demanda ainda é maior do que a oferta. O mel é bastante procurado, mas ainda não existe produção suficiente para atender ao mercado local.
Um litro de mel das melipônias, como são chamadas as abelhas sem ferrão, custa entre R$ 100,00 e R$ 150,00, enquanto um litro de mel das abelhas africanizadas, como são denominadas as demais, custa menos de R$ 10,00.
As abelhas sem ferrão conseguem produzir de 4 a 10 litros de mel por ano por cada colméia, mas para isso é preciso ter conhecimento técnico, saber cuidar, não deixar faltar alimento para elas, e a área deve estar preservada, deve ter pasto nativo.
Além da Uruçú, outras abelhas sem ferrão criadas em Alagoas são a Moça-branca, Mosquetinho, Mandaçaia, Jataí e Jandaira.
Foto: Divulgação.
Fonte: Tendências do Mercado

Expointer 2011 – Criação de abelhas nativas sem ferrão é destaque no Caminhos da Integração


A criação de abelhas nativas sem ferrão, chamada de meliponicultura, é uma das atrações do espaço Caminhos da Integração, organizado entre Emater/RS-Ascar e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na 34ª Expointer.
Os visitantes poderão conhecer no local diversas espécies de abelhas nativas sem ferrão, como a jataí, mirim guaçu e tubuna - mais indicadas para a produção de mel – e também a guaraipo, manduri e mandaçaia, mais utilizadas para a venda dos enxames. Conforme a extensionista da Emater/RS-Ascar de Bom Retiro do Sul, Luciane de Armas, o objetivo da parcela é mostrar para o público a importância da preservação destas espécies e a atividade como uma alternativa de renda para os produtores. No local, os técnicos da Emater/RS-Ascar orientam os interessados sobre manejo, identificação das espécies mais comuns, captura de enxames através de iscas e modelos de colmeias.
Luciane destaca que as abelhas nativas sem ferrão exercem um papel importante na preservação da biodiversidade da flora. “São essenciais (as abelhas) para a continuidade das espécies, devido ao trabalho de polinização realizado por elas”, afirma. A extensionista da Emater/RS também ressalta que as meliponídeas podem ser inseridas no projeto de ornamentação e embelezamento das propriedades.
Quanto à captura dos enxames, Luciane ressalta que os produtores devem ter cuidados com a preservação do meio ambiente. “O ideal é que se retire o enxame de árvores mortas ou através de iscas”, afirma, ao explicar que muitos criadores derrubam árvores para ter acesso aos ninhos, que geralmente são estabelecidos em ocos de árvores, fendas de rochas, cavidades no solo ou em ninhos abandonados de formigas e cupins.
Conforme Luciane, as abelhas sem ferrão são de fácil manejo e proporcionam ao produtor uma boa alternativa de renda. Apesar de o rendimento por caixa ser menor – cerca de 700g a 2kg por ano, dependendo da espécie – em comparação às abelhas com ferrão, o valor do mel produzido pelas espécies sem ferrão é oito a dez vezes superior ao mel comum.
Além da meliponicultura, o Caminhos da Integração também mostra uma maquete-modelo de uma Casa de Mel. O público poderá participar também de uma pesquisa de preferência realizada pela UFRGS, que promove a degustação de méis de floradas não tão comuns, como angico, aroeira e quitoco.
A 34ª Expointer prossegue até o dia 04 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Fonte: EMATER

Privacidade das abelhas é violada e vence prêmio alemão de Microfotografia



Com esta Foto Stefan Diller ganha o "Concurso de Melhor Imagem", da Conferência Internacional de Microscopia da Universidade de Kiel.

Está foto impressionante: Com uma bunda de abelha em close-up o fotógrafo ganhou um concurso de fotografia científica internacional. Stefan Diller venceu mais de 900 concorrentes de mais de 40 países e levou para casa o primeiro lugar no "Concurso de Melhor Imagem em Microscopia” da Conferência Internacional da Universidade de Kiel. "Este é um grande reconhecimento do meu trabalho", disse Diller 52 anos.
A bunda da abelha foi fotografada com um microscópio eletrônico de varredura.Uma imagem de 20 centímetros de comprimento mostra a parte inferior do animal, com uma ampliação 160 mil vezes.
Foi necessário um dia inteiro, em Würzburg, para a gravação da fotografia. Ficou três a quatro horas trabalhando sozinho no microscópio. Para chegar na foto final foram realizadas fotos de quatro diferentes ângulos. Desta forma as estruturas foram reveladas. Diller ficou muito surpreendido com os primeiros resultados, diz: “Como as abelhas são peludas", lembra o fotógrafo.
Diller afirma existir um bom punhado de fotógrafos alemães científicos que lidam profissionalmente com a microscopia eletrônica. A imagem vencedora foi criado em colaboração com a Universidade de Wuerzburg. As melhores imagens da competição foram premiadas no final da semana passada.
Fonte: http://www.n-tv.de/wissen/Bienen-Po-in-Szene-gesetzt-article4233196.html


Pesquisadores do INPA descrevem 3º caso comprovado no mundo de Melitocoria



Por Michelle Portela, de Manaus,



Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) conseguiram descrever como abelhas sem ferrão do gênero Melipona contribuem para a dispersão de sementes de angelim-rajado (Zygia racemosa), espécie presente na vida do ribeirinho e de alto valor comercial. Esse é o terceiro caso no mundo, comprovado cientificamente, de melitocoria, a dispersão de sementes de plantas por abelhas.



A dispersão do angelim-rajado no caso estudado foi realizada por abelhas sem ferrão. O fato surpreendeu os pesquisadores pelo grande tamanho da semente carregada com resina pelas operárias. As abelhas sem ferrão são responsáveis por 30% a 90% da polinização de plantas em diferentes biomas brasileiros.



A participação é acentuada na região amazônica. "O Amazonas concentra a maior variedade de abelhas sem ferrão do mundo. Com a maior extensão territorial e mata preservada, a principal diversidade está aqui, bem perto de nós", disse o biólogo Alexandre Coletto da Silva, do Inpa, à Agência FAPESP.



Das cerca de 400 espécies de abelhas sem ferrão descritas na literatura científica, pelo menos 300 estão na Amazônia. "A importância da descoberta da participação das abelhas na dispersão do angelim-rajado aumenta quando se considera o valor do uso dessa espécie madeireira pelos povos tradicionais da floresta", afirmou Coletto da Silva.


O angelim-rajado é muito usado na construção de paredes de casas ou no entalhe de móveis, como mesas e cadeiras. A descoberta foi descrita na revista Acta Amazonica.

Durante um ano, o grupo da bióloga Christinny Giselly Bacelar Lima, doutoranda em botânica pelo Inpa, acompanhou o comportamento das abelhas entre o meliponário (onde se criam abelhas sem ferrão) do Inpa e a floresta natural do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Quando voltavam da floresta, algumas traziam sementes para as colméias.

Segundo Coletto da Silva, os pesquisadores se questionaram sobre a possibilidade de dispersão pelas abelhas. "Se eram abelhas mesmo que estavam levando as sementes para lá, precisávamos provar esse comportamento", disse.

Uma câmera foi instalada na frente da colméia para registrar o momento em que as abelhas voltavam para "casa" com as sementes presas nas pernas. De modo a descobrir a semente de qual espécie de planta estava sendo transportada, os pesquisadores entraram na mata da Ufam, para onde sabiam que as abelhas voavam uma vez que haviam observado a direção e sentido que as operárias se deslocavam após sair das colméias.

"No primeiro dia de campo, após várias horas de caminhada pela mata, confirmamos a existência de inúmeras mudas como as que trazíamos conosco, obtidas a partir das sementes trazidas pelas abelhas e postas para germinar. E, mais à frente, ao olharmos para cima deparamos com um grande angelim-rajado", disse Coletto da Silva.

Posteriormente, ele e outro membro do grupo subiram no angelim por rapel para fotografar a coleta. "No alto, fotografamos abelhas coletando sementes. Era o terceiro caso registrado no mundo", afirmou.

O primeiro caso de melitocoria foi registrado na Austrália. Uma abelha do grupo das trigonas (Trigona carbonaria), espécie sem ferrão menor, carregava a semente de um tipo de eucalipto. O segundo caso foi no Amazonas, também com abelhas Melipona, que espalharam sementes da espécie vegetal Coussapoa asperifolia.

O artigo Melitocoria de Zygia racemosa (Ducke) Barneby & Grimes por Melipona seminigra merrillae Cockerell, 1919 y Melipona compressipes manaosensis Schwarz, 1932 (Hymenoptera, Meliponina) en la Amazonía Central, Brasil, de Christinny Giselly Bacelar-Lima e outros, publicado na Acta Amazoniza (vol. 3, 3ª edição), pode ser lido em http://acta.inpa.gov.br.

Fonte: Michelle Portela / Agência Fapesp

domingo, 14 de agosto de 2011

Duplicação Natural de Colônias

Um Método Alternativo de Propagar Abelhas Sem ferrão Australianas
Drª Anne Dollin - Centro de Pesquisa Australiano de Abelhas Nativas - Novembro de 2001.
A duplicação de colméia é um método natural e alternativo de propagar abelhas sem ferrão nativas e que está ganhando muito apoio entre os apicultores australianos.
As abelhas sem ferrão australianas (gêneros Trigona e Austroplebeia) produzem ninhos novos de modo bastante diferente da maneira usada por abelhas comerciais de mel (Apis mellifera):
Nas abelhas de mel, a rainha madura (velha) de repente deixa o ninho original com um enxame enorme de abelhas operárias. Abelhas exploradoras localizam uma cavidade vazia adequada dentro de um local ôco ou em uma construção. Então o enxame inteiro se muda e começa a construir um ninho novo.
Nas abelhas sem ferrão nativas, as operárias gastam muitas semanas construindo um ninho novo gradualmente dentro de uma cavidade oca próxima. Então quando o ninho está quase acabado, ocorre a movimentação da rainha jovem, com algumas abelhas operárias para completar o ninho novo.
Em abelhas de mel, o apicultor pode começar uma colméia nova simplesmente pegando um enxame (inclusive as operárias e a rainha madura) e colocando-o em uma colméia vazia. Isto não se aplica com abelhas sem ferrão; assim os apicultores desenvolveram outros métodos de propagar colméias de abelha sem ferrão.
1) Métodos de Propagar Abelhas sem Ferrão:
O mais rápido e amplamente usado método consiste em fisicamente dividir a colméia em duas partes. Tal método está publicado detalhadamente na seguinte série "Keeping Australian Stingless Bees in a Log or Box; and Boxing and Splitting Hives".
Porém, há um método alternativo de propagar abelhas sem ferrão nativas que está ficando crescentemente popular para muitos apicultores. Usando este método, as abelhas podem ser induzidas em uma colméia encaixotada a construírem uma colméia nova em uma caixa vazia acoplada. O método também pode ser usado para induzir abelhas sem ferrão que habitem uma cavidade de ninho natural em uma árvore grande ou em uma cavidade inacessível.
Este método foi mostrado primeiro a nós por Tom Carter, de Rockhampton. Nós chamamos esta técnica "Duplicação Natural de Colméias". Outro nome, proposto por John Klumpp, é o "Método Educativo". Dr Tim Heard diz que um processo semelhante de formação de ninho ocorre naturalmente em formigas e os cientistas o chamam de "Brotando".


Figura 1 - Rob Raabe de Queensland, fixou este ninho de tronco para a "Duplicação Natural" com uma caixa racional de abelha sem ferrão. Ele embrulhou o tubo de entrada (de cerume) firmemente com pano para manter a luz do lado de fora. A caixa de colméia tem uma cobertura de espuma para um aquecimento extra.


2) A Técnica de "Duplicação Natural de Colônias" :

A família a ser duplicada deve ser forte e ativa. Comece a técnica na primavera ou verão quando há bastantes flores disponíveis de forma que as abelhas possam produzir uma rainha nova e armazene provimentos (alimento) para a colméia nova.
Use uma caixa padrão vazia para abelhas sem ferrão (racional) com um buraco de entrada perfurado pelo painel dianteiro.
Perfure outro orifício de 20 mm furam na parte de trás da caixa nova. Então coloque a caixa da colméia nova bem perto da entrada do ninho original.
Use um tubo de plástico para conectar a entrada de ninho original ao buraco na parte anterior da caixa nova.
Todas as abelhas que deixam o ninho original devem ser forçadas (induzidas) a entrar e sair da caixa nova por seu buraco de entrada. Tome grande cuidado para lacrar todos os buracos entre o tubo, o ninho original e a caixa nova de forma que as abelhas não possam escapar do tubo sem passar pela caixa nova. Se o tubo é transparente cubra-o com pano não permitir a entrada da luz exterior. Em poucos meses as abelhas devem começar a construir um segundo ninho dentro da caixa nova. O ninho original ainda permanecerá em sua cavidade original.
Quando a colméia nova está bem estabelecida, a separamos do ninho original e movemos a mesma para uma localização nova. Se as abelhas estão relutantes a começar a construir o ninho novo, Tom Carter recomenda que um pedaço pequeno de favo de cria (aproximadamente duas camadas espessas do diâmetro de um pires pequeno) deve ser colocado na caixa nova. Estes "favos catalisadores" freqüentemente encorajarão as operárias, que por ali passam, a começar a construir.
Em Que Situações Devemos Trabalhar com a Duplicação Natural de Colônias?
Em nossas viagens de pesquisa, vimos este método de Duplicação Natural usado por muitos apicultores vitoriosamente. Les Felhaber, de Rockhampton, tinha uma Trigona hockingsi instalada em uma cavidade na base de uma casa. Ele estimulou vitoriosamente esta família para formar uma série de caixas com colônias novas. Rob Raabe, de Ipswich, nos mostrou um ninho de Trigona carbonaria em um tronco grosso que estava construindo um ninho novo em uma caixa fixa. Lee Byrnes tinha lacrado uma caixa de colméia vazia em cima de uma Trigona carbonaria instalada na cavidade de um tronco enorme e estimulando que as abelhas expusessem seu novo ninho na caixa nova. Semelhantemente, Alan Waters, de Ipswich, teve muito sucesso duplicando colméias de Austroplebeia australis, prendendo outras caixas na frente destas colméias. Alan tinha tido sucesso até mesmo ao produzir duas famílias novas simultaneamente prendendo duas caixas novas a um ninho original com um tubo em Y amoldado.
O "Método Convencional" de divisão para abelhas sem ferrão pode ser concluído em questão de minutos. A Duplicação Natural leva um tempo de mais duradouro. Porém, muitos apicultores preferem a Duplicação Natural porque é muito menos agressivo às abelhas e pode ser feito sem danificar o ninho original de qualquer maneira. A Duplicação natural também é um método excelente para se produzir uma colméia nova quando o apicultor não quer perturbar a cavidade do ninho original. Por exemplo, o ninho original pode estar dentro de uma árvore vivente magnífica ou em uma cavidade da casa inacessível.


Figura 2 - Duas colméias montadas por Alan Waters, de Ipswich, para a Duplicação Natural. Alan teve muito sucesso utilizando este método com as suas colméias de Austroplebeia.

3) Como a Duplicação de Natural Atua de Fato?
Para uma duplicação próspera, as abelhas do ninho original precisam reconhecer a caixa nova acoplada como um local de ninho separado. Elas têm que prover a caixa nova então com potes de alimento e começar a construir as camadas de favos de cria. Finalmente, o ninho original precisa produzir uma rainha nova que se iniciará p processo de ovoposição na caixa nova.
A técnica de Tom Carter de introduzir duas camadas "favos catalisadores" pode ajudar o ninho para começar a construir favos de cria na caixa nova. Porém, a parte mais crítica deste processo é a produção da rainha nova. Na primavera e verão os discos de favos de cria do ninho original podem ter uma ou mais células de rainha (realeiras) contendo uma abelha-rainha em desenvolvimento. Alternativamente pode haver uma ou mais rainhas virgens jovens no ninho original. Em quaisquer dos casos, zangões serão necessários para acasalar com a rainha jovem antes que ela possa levar os deveres dela como uma rainha fecundada instalando-se na colméia nova.

Figura 3 - Lee Byrnes, de Brisbane, lacrou uma caixa padrão de abelha sem ferrão diretamente sobre a cavidade de uma seção de tronco contendo um ninho de sem ferrão abelhas. Lee estimulou as abelhas a construírem um novo ninho por um buraco na base desta caixa. Podem ser vistos dois alimentadores amarelos de mel, feitos das tampas de plástico de garrafas de leite, na frente da caixa de Lee.

John Klumpp, de Brisbane, tem feito algumas observações fascinantes no processo de duplicação de colônias. Ele manteve registros de eventos-chaves que documentam como ele duplicou duas colméias diferentes em 2000. Em cada caso havia um enxame de zangão associado com a colméia nova, aproximadamente 2 a 3 semanas após o processo ter se iniciado. Aproximadamente duas semanas após isto, as primeiras células de favos eram notáveis dentro de cada colônia nova. Em seguida, cada colônia produziu um número considerável de operárias. Finalmente, para o encerramento do processo de duplicação, ambas as colônias produziram outro enxame de zangões.
Este processo observado por John trata-se de um evento típico que ocorre durante a duplicação da colônia? John continuará registrando suas observações, descrevendo como ele duplica colônias, para no futuro descobrir a resposta. Se outros apicultores gostassem de manter registros de suas duplicações de modo semelhante, nós seríamos privilegiados para ouvir falar de suas observações.

Figura 4 - Uma rainha fisiogástrica (já em processo de ovoposição) tem um abdômen muito inchado.

Para acesso ao artigo original, acesse: http://www.aussiebee.com.au/abol-003.html


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Criação de câmara técnica de produção de mel de derivados de ASF


Paraná cria câmara técnica de produção de mel e derivados. O Conselho de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar aprovou nesta terça-feira 28/06/2011 a criação da Câmara Técnica de Meliponicultura do Estado do Paraná.
A câmara vai discutir aspectos relacionados à sanidade, legislação e pesquisas na área da meliponicultura, que é a criação de abelhas nativas, sem ferrão – uma atividade que contribui para a preservação de meio ambiente e para o desenvolvimento agrícola sustentável.
Durante reunião presidida pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o médico veterinário Roberto Carlos de Andrade Silva expôs os motivos que justificaram a criação da câmara.
Segundo ele, questões ligadas à sanidade e à legislação do segmento – que serão tema de discussão na câmara – representam um dos entraves para a comercialização de mel e derivados. Também será possível propor e discutir a realização de pesquisas, análises, levantamento de dados e informações necessárias à adoção de políticas públicas para o segmento.
Andrade Silva destacou o aspecto ambiental da atividade, lembrando que as abelhas nativas contribuem para povoamento das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal. Além disso, a prática da meliponicultura nessas áreas de preservação representa alternativa de geração de renda para a agricultura familiar, afirmou.
Essas abelhas podem ser criadas no meio rural e urbano, devido à docilidade de suas espécies. Conhecidas popularmente no Brasil como abelhas jataí, uruçu, mandaçaia, guaraipo, mirim, entre outras, elas produzem mel, pólen, própolis e cera de excelente qualidade.
Além disso, a pesquisa científica confirma os benefícios da polinização para o desenvolvimento de sementes, plantios florestais e de frutas e para o aumento da produtividade de culturas importantes. Segundo estudo apresentado na reunião do Cedraf, os polinizadores podem ser responsáveis por um acréscimo de 50% na produção de soja, de 45% a 75% na produção de melão, 40% na produção de café, 35% na produção de laranja, 88% na produção de caju, 43% na produção de algodão e 14% na produção de pêssego.
EXPANSÃO – Em Mandirituba, região metropolitana de Curitiba, existem cerca de 20 produtores organizados em associação, que estão dispostos a apoiar a expansão da criação de abelhas sem ferrão para outras regiões do Estado, como forma de fortalecer a comercialização de mel e derivados e evitar a extinção de espécies de abelhas nativas. No Paraná, das 40 espécies de abelhas sem ferrão conhecidas, restam hoje em torno de 33.
Para o secretário da Agricultura de Mandirituba, Marcos Antonio Dalla Costa, o Paraná dá o exemplo com a criação dessa câmara técnica, que será o fórum para discussão e formulação de políticas para o desenvolvimento da meliponicultura, agricultura por meio da polinização e conservação do meio ambiente.
Fonte: AEN - 28/06/2011